Memória e justiça racial na cidade de São Paulo.

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O BRASIL É O PAÍS MAIS NEGRO FORA DO CONTINENTE AFRICANO Somos uma nação atravessada econômica, política, social e psicologicamente pela experiência colonial que durou séculos de escravização de africanos, violentamente traficados. A raça foi uma invenção para justificar e concretizar um projeto de dominação. Não existe, portanto, cidadão que não reproduza de alguma forma o racismo que estrutura o capitalismo brasileiro hoje. Por isso, o movimento negro brasileiro tomou a tarefa de se rebelar contra essa estrutura. Desde o desembarque do primeiro africano traficado no país perdura um longo e complexo processo de resistência. Portanto, a problemática da raça é tensionada não apenas pelo racismo enquanto opressão, mas também pelo antirracismo enquanto prática.

SP É SÓLO PRETO E INDÍGENA Dotada de um violento processo de apagamento da memória negra e indígena, a cidade de São Paulo é hoje a cidade mais negra do país, em número absoluto. Vivem aqui mais de 4 milhões de negras e negros, mesmo com toda a politica de perseguição, e tortura que mata e expulsa as populações racializadas cada vez para mais distante. A população negra foi a responsável por subir os prédios da cidade, mas sempre esteve às margens, inclusive nos tempos em que as margens eram o que hoje é o centro. Nossa história e nossos territórios foram embranquecidos. O Quilombo da Saracura, hoje é conhecido pelo Bixiga das cantinas italianas. A Barra Funda, do antigo Largo da Banana, berço do samba paulistano, é comumente retratada como o bairro dos operários europeus, mas nunca pela tradição afro-brasileira; a Liberdade, o pelourinho de São Paulo e o largo da forca, tem seu nome, fruto da resistência abolicionista, apenas relacionado à cultura de alguns povos asiáticos.

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NOSSOS PASSOS VÊM DE LONGE: ANTIGAS E NOVAS INICIATIVAS ANTIRRACISTAS SOBRE MEMÓRIA NA CIDADE DE SÃO PAULO

O movimento "SP é Solo Preto e Indígena" surgiu da iniciativa da vereadora Luana Alves em propor o Projeto de Lei 47/2021, que busca ressignificar e/ou realocar toda homenagem feita a escravocratas e eugenistas na cidade de São Paulo. Este projeto de lei, para além da luta parlamentar, se propõe a ser o estímulo a um outro projeto de cidade. Que não só deixe de homenagear a história da escravidão mas que seja profundamente antirracista.

Pretendemos aqui potencializar as iniciativas já existentes e propor novas formas de organização e intervenção. Entendemos que o parlamento não foi criado para nós, não bastando a nossa luta na Câmara para que algo mude. O SP é Solo Preto e Indígena é, portanto, uma construção de diversos movimentos negros, comunidades indígenas, movimentos populares, grupos e coletivos de arte e cultura e pesquisadores empenhados em desnaturalizar a história contada apenas pela visão dos aristocratas e valorizar as histórias daqueles e daquelas que construíram essa cidade nas costas e a fazem funcionar diariamente.

Não estamos inventando a roda. A iniciativa de ressignificação de estátuas, monumentos e a alteração de nomes de ruas e avenidas que homenageiam algozes da escravidão e genocidas negros e indígenas é um movimento  histórico e internacional. Em muitos a discussão vem à tona, como quando promoveu a derrubada a estátua de um traficante de escravos na Inglaterra em reação à morte de George Floyd nos Estados Unidos. Representa o direito à cidade, a desnaturalização da história contada pelos poderosos.

Não, não é possível apagar a história. Não se trata de fingir que esses algozes existiram. Se trata do direito à plena circulação espaços urbanos sem que sejamos constrangidos por brutais figuras históricas que impuseram a violência, a negação da humanidade de pessoas negras traficadas e escravizadas e arquiteteram um verdadeiro genocídio indígena. Se trata de contar também a história brutalmente apagada dos nossos ancestrais. Como questiona a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, qual o perigo de uma história única?

Em São Paulo, muitas iniciativas têm como objetivo exigir justiça racial neste solo, como o PL 404/2020 da companheira Erica Malunguinho a nível estadual, o movimento Zumbi resiste que pretende alterar o nome da Rua Jorge Velho, e tantas outras ações frutos da mobilização de diversos coletivos em diversos territórios. Com o Projeto de Lei 47/2021 - chamado por nós de "PL SP é Solo Preto e indígena" - pretendemos que surjam muitas outras iniciativas, não só no parlamento, mas também nas ruas. Sob a bandeira de que SP é Solo Preto e Indígena pensaremos e construiremos uma nova cidade.

Tem um provérbio africano que diz que enquanto os leões não contarem suas próprias histórias, a história das caçadas continuarão glorificando o caçador. Agora nós, que somos maioria do povo brasileiro, queremos contar a nossa história.

Formação


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SOLO PRETO: MEMÓRIA
E JUSTIÇA RACIAL
NA CIDADE DE SÃO PAULO

Objetivos

  • Contextualizar a história do Brasil, atravessada pelo fenômeno colonial e pela invenção da raça, apontando para como a memória histórica sobre personagens e fenômenos é forjada pelo tensionamento entre racismo e antirracismo.
  • Identificar os territórios da cidade de São Paulo cuja formação histórica é perpassada pela presença de populações de africanos escravizados, quilombolas, populações indígenas, organizações de negros e negras, etc;
  • Apontar a importância da memória na luta antirracista; a importância do antirracismo na construção da memória da cidade; a importância do antirracismo como uma pauta democrática, cidadã, de responsabilidade prática de todes.

Ementa

  • Em breve!

Uma iniciativa do mandato da vereadora Luana Alves